No próximo ano cumpre-se 20 anos desde a criação do MotoGP, disciplina que veio substituir em definitivo as míticas 500 cc a 2T na categoria maior da Velocidade Mundial. Desde 2002, o MotoGP teve apenas seis campeões – e Valentino Rossi foi o mais proeminente de todos, dentro e fora de pista. Continua a ser. Com 42 anos, anunciou hoje que vai arrumar o capacete no final desta época (após o GP de Valência).
A notícia do fim da carreira de Rossi marca a partir de hoje a data do ponto final de uma gigante trajetória, das mais ímpares da história do desporto motorizado e muito mais da história do campeonato do mundo de velocidade que teve época de estreia em 1949.
Foi campeão em todas as categorias que participou. Desde as 125 cc (1997), ao MotoGP (2002, 2003, 2004, 2005, 2008 e 2009), passando pelas 250 (1999) e 500 cc (2001). Nenhum outro piloto teve uma carreira tão recheada de diferentes títulos e recordes. O lendário italiano detém 235 pódios, um recorde acumulado em todas as categorias onde correu.
Desde há muito que se vinha falando na possibilidade do fim da carreira do brilhante piloto de Tavullia, uma cidade que pertence à província italiana de Pesaro e Urbino. E com esse cenário em cima da mesa, ao fim de 26 anos ao mais alto nível, e mesmo já longe dos tempos áureos do seu sucesso em pista, Valentino Rossi manteve uma legião de fãs incondicionais que o admiraram e que o acompanharam ao longo dos últimos 12 anos, desde que em 2009 ganhou o seu último título. Mesmo depois disso, sempre conseguiu arrastar milhares de fãs para as corridas e esteve sempre no centro das atenções mediáticas onde quer que estivesse. Um fenómeno muito acarinhada e respeitado por todos – mesmo pelos seus actuais adversários, que cresceram a ver o seu ídolo #46 em pista.
Rossi não só viveu do seu talento, como também soube gerir com carisma o seu sucesso. Mas talvez mais meritória foi a sua capacidade de gerir a sua carreira em fase descendente, já com uma idade distante dos seus rivais, nomeadamente dos campeões Nicky Hayden, Casey Stoner, Jorge Lorenzo e depois do avassalador Marc Márquez. Sem esquecer Joan Mir, que é o mais recente campeão de MotoGP, de entre os seis pilotos que conseguiram vencer títulos desde que a disciplina foi criada no início do século (2002).
Quanto ao futuro imediato de Rossi, este passa pela gestão das suas equipas VR46 Academy nas diferentes categorias do MotoGP, sendo que em 2022 ir-se-á certamente focar na categoria rainha, falando-se também na possibilidade de uma experiência a tempo inteiro em competições nas quatro rodas.
Esta lenda – de seu nome Valentino Rossi – é, neste momento, o único antigo campeão de MotoGP a conseguir estar e continuar no paddock da velocidade mundial com uma condição ímpar de longevidade, experiência e liderança. Um exemplo e uma inspiração para os mais novos. Obrigado Valentino!
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