A Dorna anunciou hoje que escolheu a Energica para fornecedora oficial e exclusiva das motos que serão usadas na taça do mundo de motos eléctricas, a FIM Moto-e World Cup, que arrancará em 2019.
Ao longo de 2017 foram consideradas várias motos antes da escolha final recair sobre a italiana Energica. Outras candidatas foram a americana Mission, a belga Sarolea e ainda KTM e Mahindra.
A moto para o campeonato será baseada no actual modelo desportivo Ego da marca italiana, que será devidamente preparada para a competição, e que será fornecida a todas as equipas participantes neste campeonato. A competição será gerida por Nicolas Goubert, que assumirá o cargo de Director Executivo em Fevereiro de 2018, deixando assim o seu papel de Director Técnico na Michelin.
O campeonato será realizado a par de algumas rondas europeias do Mundial de Velocidade, estando previstas cinco provas, que deverão ter entre 10 a 12 voltas, segundo declarações de Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna, em Abril passado quando questionado sobre este campeonato.
E porquê a Energica, que fabrica motos de estrada, quando há vários construtores já com motos desenvolvidas para a competição – participando no TT Zero da Ilha de Man ou em Pikes Peak? por uma questão de custos, explicou então Ezpeleta, já que essas motos são protótipos. Para além da contenção de custos, pretende-se que esta competição seja mesmo ‘verde’, incluíndo a forma de recarga das baterias, que deverá ser totalmenteoriginada em energias alternativas, sendo a fonte mais provável os painéis fotovoltaicos.
As competições de motos eléctricas começaram com o TTXGP, na Ilha de Man, em 2008; depois a FIM tentou tentou a partir desse evento criar um campeonato internacional, resultando no eRoadRacing, que em 2013 tinha previstas 4 provas nos EUA e outras tantas na Europa, culminando depois numa final com pilotos de ambos os continentes; mas o calendário norte-americano não foi cumprido e não só não chegou a haver final, como esse campeonato não teve continuidade.
Actualmente as eléctricas continuam a correr na Ilha de Man, e em Pikes Peak, onde em 2013 foi precisamente uma moto eléctrica a vencer, uma Lightning pilotada por Carlin Dunne, cumprindo os 19,99 km do percurso em 10’00.694. No ano anterior – o primeiro com o percurso asfaltado -, o mesmo Dunne tinha vencido com uma Ducati Multistrada, com um tempo de 9’52.819.
Na Ilha de Man, as corridas do TT Zero têm apenas uma volta (contra seis das superbike e quatro das supersport) e o recorde pertence a John McGuinness, que em 2015 aos comandos da Mugen Shinden cumpriu os 60,3 km do percurso em 18’58.743, à média de 191,961 km/h, enquanto que o recorde da volta mais rápida das superbike pertence a Michael Dunlop, que aos comandos da BMW S1000RR em 2016 cumpriu o mesmo percurso em 16’53.929, à média de 215,591 km/h.