Na sequência do cancelamento de três grandes prémios do Mundial de Velocidade, Carmelo Ezpeleta faz uma actualização da temporada. O calendário fica mais curto, o ansiado regresso às pistas e a possibilidade de fazer grandes prémios sem público. É sobre tudo isto que o CEO da Dorna Sports fala numa entrevista ao site oficial de MotoGP e que podem ver aqui (requer registo no site, é grátis). Esta é a transcrição dessa entrevista.
«Hoje anunciamos o cancelamento de três grandes prémios; Alemanha, Assen e finlândia. A razão é que contemplámos a possibilidade de começar em Julho, mas o problema coma situação e com as autoridades é que será difícil fazê-lo com espectadores, e qualquer destes grandes prémios sem espectadores é muito difícil de fazer. É por essa razão que decidimos com os três promotores locais passar para o próximo ano, em vez de os colocar numa nova data.»
É a primeira que Assen não estará no calendário…
«Esta é a situação. O problema do coronavirus é algo como nunca vimos, e por isso, infelizmente, não é uma possibilidade. As autoridades da Holandaproibiram eventos até ao final de Agosto e por isso é completamente impossível. Depois disso em Assen é difícil organizar um GP, e ainda mais difícil sem espectadores.»
«A ideia é começar no final de Julho»
A F1 anunciou o seu calendário. Como poderá ser um calendário de MotoGP?
«A nossa ideia neste momento é começar no final de Julho. Aonde e quando ainda está por decidir. Temos a certeza que o nosso programa inicial começará na Europa e correremos do fim de Julho até Novembro, e ver o que acontece, e se as corridas fora da Europa serão possíveis depois de Novembro. No pior cenário, se não for possível viajar para fora da Europa, pelo menos teremos um campeonato com 10 a 12 provas entre o fim de Julho e o fim de Novembro.»
A Bridgespoint [fundo de investimento que detém quota maioritária na Dorna Sports] adquiriu 10 000 testes ao coronavirus. O que nos pode dizer sobre isto?
«Estamos a trabalhar nos 10 000 testes que acordámos com a Bridgepoint. O que estamos a fazer é tentar um protocolo, que é o modo como estamos a trabalhar na Dorna, para ver se as corridas podem ser realizadas sem espectadores e com um número limite de pessoas a trabalhar non paddock, o que originaria situações diferentes no que diz respeito ao transporte, acomodações e hospitalities. Toda a gente seria testada antes de deixar a sua casa, depois testada na chegada ao circuito e finalmente quando voltassem a casa. Esta é a ideia. Estamos a trabalhar com outra empresa que pertence à Bridgepoint para adquirir esses 10 000 testes.»
Qual é a possibilidade de ter mais do que um GP no mesmo circuito?
«Estamos a considerar isso. Para fazer talvez não no mesmo fim-de-semana, mas em fins-de-semana consecutivos no mesmo circuito.»
Deslocações via terrestre, se não for possível voar
Como estão as conversações com os pilotos, as equipas e os construtores?
«Temos contacto regular. Há duas semanas tivemos uma reunião com todos os construtores e juntos decidimos a situação técnica para 2020 e 2021 para as três categorias. Tenho também falado regularmente com toda a gente sobre os planos para o futuro. Estamos a fazer isso. Alguns dos pilotos ligam-me e fico contente por poder discutir a situação com eles. Devo dizer que toda a gente está saudável e ansiosos por começar o mais depressa possível. Eles compreendem que a situação é diferente, e toda a gente está feliz por moceçar assim que pudermos, mas de um modo seguro.»
«Estamos a pensar na possibilidade de fazer as deslocações de carro, se necessário, mas acho que em Julho, com todas as medidas de segurança, será possível voar na Europa.»
Que mensagem deixa aos fãs?
«O principal é manter os números fantásticos no que diz respeito ao interesse por MotoGP em todo o Mundo. Infelizmente este ano parece que vai mudar durante a temporada. Será difícil ter espectadores nas corridas, mas teremos a nossa fantástica cobertura televisiva, que permitirá à maior parte das pessoas ver as corridas.»
«Depois de muitos meses sem corridas de motos, a expectativa trará muitas pessoas para as ver.»
«A minha mensagem é que temos a certeza que vamos regressar, e regressaremos mais fortes depois desta situação. Não estamos atrabalhar apenas em 2020, mas também em 2021 e mais além, e estamos a tentar manter as corridas, que é o mais importante.»
Redução do número de pessoas no paddock
Quantas pessoas estarão no paddock? Como será implementada a redução de pessoal?
«Falámos com as equipas e chegámos ao consenso de que o número máximo para uma equipa oficial de MotoGP é de 40 pessoas; para as equipas satélite ou independentes serão 25, 20 paras as equipas de Moto2 e 15 para Moto3. Estarão também, claro, todas as pessoas que produzem o sinal de televisão; toda esta gente e ainda o número mínimo de pessoas dda Dorna que têm a seu cargo a organização da corrida. Isto dar-nos-á uma média de cerca de 1600 pessoas. Esta é a possibilidade para controlar a família MotoGP. Infelizmente, neste momento, não haverá media nem TV. Talvez, mas não tenho a certeza, talvez alguns fotógrafos para assegurar imagens para toda a gente.»
E qual é a situação com o Mundial de Superbike?
«Com as Superbike estamos na mesa situação. Estamos a trabalhar. A ideia é que porque muitos dos circuitos que planeamos para as MotoGP também recebem as Superbike, então talvez possamos ter as corridas de SBK logo no fim-de-semana seguinte às MotoGP. Isto é algo que estamos a estudar em conjunto com o pessoal das Superbike, para tentar o melhor calendário, mas é também uma prioridade para nós ter corridas de Superbike.»