A poucos dias do arranque da temporada de 2018, o paddock do Mundial de Velocidade foi de novo abalado pela perda de um dos seus: o domingo acordou com a morte de Ralf Waldmann. O antigo piloto e actualmente comentador televisivo tinha 51 anos de idade..
O ex-piloto alemão foi encontrado morto em sua casa, e não se conhece ainda a causa da morte. Porém as suspeitas recaem sobre um ataque cardíaco durante a noite.
Ralf Waldmann foi um dos protagonistas da categoria de 250 cc na segunda metade dos ano ’90. O alemão foi duas vezes vice-campeão mundial da categoria, em 1996 e 1997, como grande rival de Max Biaggi. A sua tenacidade em pista e a sua simpatia fora dela fizeram dele um dos pilotos mais respeitados da sua geração.
Com 20 vitórias num total de 50 pódios, Waldmann começou a sua carreira no Mundial em 1990 na classe de 125 cc. Nos cinco anos anteriores tinha participado nalguns GPs de 80 cc como wild card.
Passagem pelas 500
Depois de cinco temporadas na classe mais pequena do Mundial, tendo sido duas vezes terceiro classificado no campeonato, Waldmann ascendeu às 250 cc. Na categoria intermédia foi um dos melhores pilotos da sua geração. Waldi, como se tornou conhecido dos seus rivais, era uma presença irreverente e pouco ‘germânica’ no paddock, sempre com um sorriso nos lábios.
Em 1998 fez uma incursão pelas 500 cc, integrado no Team Roberts, com a Modenas KR3. A experiência não correu muito bem e regressaria às 250 nas duas temporadas seguintes. Arrumou as botas no final de 2000, para regressar por três ocasiões em 2002 como wild card. Mais tarde, em 2009, realizou a sua última corrida, substituindo o lesionado Vladimir Leonov.
Na sua última temporada completa no Mundial Ralf Waldmann protagonizou uma das mais espectaculares corridas de 250 cc: no GP de Inglaterra – no mesmo em que Valentino Rossi alcançou a sua primeira vitória em 500 cc -, com condições climatéricas inconstantes, Ralf Waldmann recuperou de 21.º para vencer. Na entrada da última volta, com a pista molhada, Waldmann tinha 12 segundos de atraso para o líder, Olivier Jacque; conseguiu apanhar o francês e batê-lo para conseguir aquela que foi a sua última vitória no Mundial.
Nos últimos anos Waldmann estava no paddock como comentador de televisão.
Assim que se soube da morte do ex-piloto alemão multiplicaram-se as mensagens de pesar nas redes sociais. Um dos primeiros foi um dos seus maiores rivais, Max Biaggi: «Deixaste-nos demasiado cedo, Waldy. Grande piloto e belíssima pessoa, vamos sentir a tua falta», escreveu o italiano no Twitter.
Loris Capirossi escreveu no Instagram: «Adeus, Ralf. Mais um amigo que nos deixa.»
O seu antigo rival e compatriota Alex Hofmann escreveu: «Descansa em paz Waldi, eras tão rápido em pista e tão único fora dela.»
