MotoGP 2022 – Análise à temporada de Miguel Oliveira

O piloto português fechou 2022 no 10º lugar de MotoGP. Aqui fica a nossa análise e resultados do Miguel Oliveira em cada Grande Prémio.

Miguel Oliveira

Agora que está terminada a ação em pista e os pilotos de MotoGP já estão de férias a pensar em 2023, não queremos deixar passar a oportunidade de fazer uma análise mais técnica do que foi a temporada do piloto português Miguel Oliveira.

A quarta temporada, e última, aos comandos de uma moto da KTM em MotoGP, saldou-se por um décimo lugar no final do campeonato. Igualou então a sua melhor classificação final, que já tinha conseguido em 2020.

Miguel Oliveira somou esta temporada um total de 149 pontos na sua conta pessoal de MotoGP, claramente a melhor em termos de pontuação final. Fecha o ano com uma média de 7,45 pontos ganhos por GP ao longo das duas dezenas de corridas realizadas.

Miguel OliveiraSe analisarmos o que tem sido a carreira de Miguel Oliveira em MotoGP até aqui, em 2021 terminou a temporada com 94 pontos que lhe deu o 14º lugar final, o que significa uma média de 5,22 pontos conquistados em cada um dos 18 Grandes Prémios realizados.

Em 2020, o segundo melhor ano em MotoGP, somou um total de 100 pontos e terminou no 10º lugar da classificação, então com uma média de 7,14 pontos somados em cada um dos 14 Grandes Prémios realizados na categoria rainha. O ano de estreia, 2019, foi um ano de habituação à categoria maior do Mundial de Velocidade, e nesse ano de “rookie” vemos que o português somou 33 pontos em 19 corridas, o que perfaz uma pontuação média de 1,73 pontos por corrida.

Regressando agora à temporada 2022, Miguel Oliveira mostrou-se relativamente satisfeito com o que aconteceu em termos de classificação tendo em conta os seus objetivos no início da temporada.

Fomos então verificar o que se passou em cada Grande Prémio, e destacamos algumas situações que julgamos serem interessantes para uma análise mais técnica à performance do piloto português.

Miguel Oliveira– Em vinte Grandes Prémios, Miguel Oliveira conseguiu passar à Qualificação 2 por sete vezes;

– Das sete vezes que passou à Qualificação 2, cinco foram na segunda metade da temporada, o que permite perceber que depois de uma primeira metade menos positiva, a segunda metade do ano foi um pouco melhor no que respeita à qualificação, até porque o próprio piloto chegou a um ponto em que assumiu ser necessário alterar a estratégia do fim de semana;

– Em vinte Grandes Prémios, Miguel Oliveira não conseguiu passar da Qualificação 1 por treze vezes, o que justifica em parte a ideia que a qualificação será o “calcanhar d’Aquiles” do piloto português. Mas não explica tudo, pois como verificámos ao longo do ano, a KTM RC16 revelou-se uma moto complicada de gerir e bastante sensível sempre que não era possível usar o pneu de composto duro;

– Não terminou corridas por duas vezes: GP do Qatar e GP de França;

Miguel Oliveira– Dos dezoito Grandes Prémios que terminou, Miguel Oliveira conseguiu terminar a corrida em melhor posição do que tinha na grelha de partida por quinze vezes;

– Por três vezes não terminou melhor classificado do que a posição em que começou uma corrida: GP de Países Baixos, GP de São Marino e GP de Aragão;

– Por uma vez terminou a corrida exatamente na posição em que arrancou: GP de Aragão;

– Miguel Oliveira somou duas vitórias em 2022: Grande Prémio da Indonésia e Grande Prémio da Tailândia;

– As duas vitórias do piloto português este ano aconteceram em situação de corrida à chuva;

– No GP da Indonésia e no GP da Tailândia, as sessões TL1 / TL2 / TL3 e Qualificação foram realizadas com piso seco, e apenas a Corrida foi realizada com piso molhado, o que ajuda a reforçar a ideia que Miguel Oliveira é um especialista em condições de menor aderência adaptando-se rapidamente a essa situação;

– Durante a temporada 2022, apenas duas corridas foram realizadas à chuva. E ambas tiveram como vencedor Miguel Oliveira, o que lhe dá uma percentagem de 100% de vitórias em corridas realizadas com piso molhado;

Miguel Oliveira– No total das corridas em que terminou, Miguel Oliveira consegue recuperar 93 posições em relação à posição em que começa a corrida;

– Nos quinze Grandes Prémios em que melhora posição final da corrida em relação à posição da grelha de partida, Miguel Oliveira consegue uma média de 6,2 posições ganhas em corrida;

– Nos dezoito Grandes Prémios que termina – melhorando, igualando ou piorando a sua posição de classificação final da corrida em relação à posição de arranque –, Miguel Oliveira consegue uma média de 5,1 posições ganhas em corrida;

– Nos vinte Grandes Prémios do calendário – inclui corridas em que terminou e não terminou –, Miguel Oliveira consegue uma média de 4,65 posições ganhas em corrida.

– Foi um dos 14 pilotos que conseguiu terminar uma corrida no pódio;

– Foi um de 7 pilotos diferentes a conseguir vencer um Grande Prémio, sendo que esta temporada tivemos um total de 32 pilotos diferentes – pilotos a tempo inteiro, pilotos de teste ou “wild cards” – que participaram em corridas de MotoGP.

Miguel OliveiraDepois destes destaques principais, deixamos aqui as prestações do piloto português em cada Grande Prémio.

Neste revisitar de temporada 2022 apenas contamos com as sessões de treinos livres (TL) da 1 à 3, pois servem para definir quem passa diretamente à Q2, as Qualificações e ainda a Corrida.

Apresentamos os melhores tempos por volta, classificação em cada sessão e até as condições climatéricas pois sabemos que têm grande influência na performance das motos e pilotos. Tudo para que o caro leitor recorde o que foi a temporada do Miguel Oliveira com maior detalhe.

Miguel OliveiraGrande Prémio do Qatar – crónica da corrida aqui

TL1 – 10º – 1m55.470s – Pista Seca – Ar a 30°C – Asfalto a 42°C

TL2 – 13º – 1m54.053s – Pista Seca – Ar a 23°C – Asfalto a 26°C

TL3 – 7º – 1m54.404s – Pista Seca – Ar a 26°C – Asfalto a 39°C

Q1 – 4º – 1m53.819s – Pista Seca – Ar a 23°C – Asfalto a 26°C

Corrida – Não terminou devido a queda

Grande Prémio da Indonésia – crónica da corrida aqui

TL1 – 2º – 1m33.543s – Pista Seca – Ar a 28°C – Asfalto a 34°C

TL2 – 9º – 1m32.049s – Pista Seca – Ar a 31°C – Asfalto a 48°C

TL3 – 8º – 1m34.750s – Pista mista (seca/molhada) – Ar a 28°C – Asfalto a 34°C

Q2 – 7º – 1m31.566s – Pista Seca – Ar a 30°C – Asfalto a 42°C

Corrida – 1º – ganha 6 posições – Pista Molhada – Ar a 25°C – Asfalto a 28°C

Miguel OliveiraGrande Prémio da Argentina – crónica da corrida aqui

TL1 – 7º – 1m39.318s – Pista Seca – Ar a 22°C – Asfalto a 34°C

TL2 – 11º – 1m38.924s – Pista Seca – Ar a 27°C – Asfalto a 43°C

TL3 – não se realizou devido aos problemas de logística

Q1 – 6º – 1m38.871s – Pista Seca – Ar a 26°C – Asfalto a 44°C

Corrida – 13º – ganha 3 posições – Pista Seca – Ar a 26°C – Asfalto a 44°C

Grande Prémio das Américas – crónica da corrida aqui

TL1 – 23º – 2m06.445s – Pista Seca – Ar a 16°C – Asfalto a 26°C

TL2 – 24º – 2m05.342s – Pista Seca – Ar a 23°C – Asfalto a 47°C

TL3 – 19º – 2m03.249s – Pista Seca – Ar a 19°C – Asfalto a 27°C

Q1 – 10º – 2m03.983s – Pista Seca – Ar a 27°C – Asfalto a 49°C

Corrida – 18º – ganha 2 posições – Pista Seca – Ar a 26°C – Asfalto a 37°C

Grande Prémio de Portugal – crónica da corrida aqui

TL1 – 5º – 1m51.223s – Pista Molhada – Ar a 13°C – Asfalto a 12°C

TL2 – 10º – 1m52.100s – Pista Molhada – Ar a 12°C – Asfalto a 13°C

TL3 – 1º – 1m50.552s – Pista Molhada – Ar a 12°C – Asfalto a 11°C

Q2 – 11º – 1m44.066s – Pista Seca – Ar a 16°C – Asfalto a 24°C

Corrida – 5º – ganha 6 posições – Pista Seca – Ar a 18°C – Asfalto a 26°C

Grande Prémio de Espanha – crónica da corrida aqui

TL1 – 16º – 1m38.991s – Pista Seca – Ar a 16°C – Asfalto a 21°C

TL2 – 15º – 1m38.012s – Pista Seca – Ar a 22°C – Asfalto a 42°C

TL3 – 16º – 1m37.494s – Pista Seca – Ar a 20°C – Asfalto a 24°C

Q1 – 11º – 1m37.958s – Pista Seca – Ar a 23º – Asfalto a 45°C

Corrida – 12º – ganha 9 posições – Pista Seca – Ar a 27°C – Asfalto a 44°C

Miguel OliveiraGrande Prémio de França – crónica da corrida aqui

TL1 – 21º – 1m33.021s – Pista Seca – Ar a 13°C – Asfalto a 14°C

TL2 – 20º – 1m32.695s – Pista Seca – Ar a 21°C – Asfalto a 32°C

TL3 – 18º – 1m31.699s – Pista Seca – Ar a 16°C – Asfalto a 17°C

Q1 – 7º – 1m31.547s – Pista Seca – temperaturas de ar e asfalto não disponíveis

Corrida – Não terminou devido a queda

Grande Prémio de Itália – crónica da corrida aqui

TL1 – 18º – 1m47.820s – Pista Seca – Ar a 26°C – Asfalto a 33°C

TL2 – 14º – 1m46.818s – Pista Seca – Ar a 33°C – Asfalto a 52°C

TL3 – 14º – 1m46.154s – Pista Seca – Ar a 26°C – Asfalto a 35°C

Q1 – 5º – 1m48.231s – Pista Mista (seca/molhada) – Ar a 26°C – Asfalto a 35°C

Corrida – 9º – ganha 6 posições – Pista Seca – Ar a 22°C – Asfalto a 36°C

Grande Prémio da Catalunha – crónica da corrida aqui

TL1 – 8º – 1m40.901s – Pista Seca – Ar a 26°C – Asfalto a 36°C

TL2 – 19º – 1m40.821s – Pista Seca – Ar a 28°C – Asfalto a 54°C

TL3 – 18º – 1m39.856s – Pista Seca – Ar a 26°C – Asfalto a 37°C

Q1 – 6º – 1m39.420s – Pista Seca – Ar a 32°C – Asfalto a 57°C

Corrida – 9º – ganhou 7 posições – Pista Seca – Ar a 30°C – Asfalto a 55°C

Grande Prémio da Alemanha – crónica da corrida aqui

TL1 – 18º – 1m22.237s – Pista Seca – Ar a 21°C – Asfalto a 32°C

TL2 – 17º – 1m20.915s – Pista Seca – Ar a 24°C – Asfalto a 46°C

TL3 – 10º – 1m20.265s – Pista Seca – Ar a 28°C – Asfalto a 38°C

Q1 – 4º – 1m20.656s – Pista Seca – Ar a 33°C – Asfalto a 50°C

Corrida – 9º – ganhou 5 posições – Pista Seca – Ar a 35°C – Asfalto a 51°C

Grande Prémio dos Países Baixos – crónica da corrida aqui

TL1 – 6º – 1m43.091s – Pista Molhada – Ar a 19°C – Asfalto a 21°C

TL2 – 15º – 1m34.676s – Pista Mista (seco/molhado) – Ar a 21°C – Asfalto a 24°C

TL3 – 15º – 1m33.148s – Pista Seca – Ar a 22°C – Asfalto a 29°C

Q2 – 8º – 1m32.272s – Pista Seca – Ar a 21°C – Asfalto a 29°C

Corrida – 9º – perdeu 1 posição – Pista Seca – Ar a 22°C – Asfalto a 30°C

Grande Prémio da Grã-Bretanha – crónica da corrida aqui

TL1 – 14º – 2m01.120s – Pista Seca – Ar a 16°C – Asfalto a 28°C

TL2 – 6º – 1m59.163s – Pista Seca – Ar a 18°C – Asfalto a 34°C

TL3 – 14º – 1m59.066s – Pista Seca – Ar a 18°C – Asfalto a 28°C

Q1 – 3º – 1m58.853s – Pista Seca – temperatura do ar e asfalto não disponível

Corrida – 6º – ganhou 7 posições – Pista Seca – Ar a 22°C – Asfalto a 43°C

Miguel OliveiraGrande Prémio da Áustria – crónica da corrida aqui

TL1 – 13º – 1m32.422s – Pista Mista (seco/molhado) – Ar a 18°C – Asfalto a 20°C

TL2 – 22º – 1m31.315s – Pista Seca – Ar a 24°C – Asfalto a 28°C

TL3 – 18º – 1m29.821s – Pista Seca – Ar a 19°C – Asfalto a 22°C

Q1 – 7º – 1m29.613s – Pista Seca – Ar a 22°C – Asfalto a 26°C

Corrida – 12º – ganhou 5 posições – Pista Seca – temperatura do ar e asfalto não disponível

Grande Prémio de São Marino – crónica da corrida aqui

TL1 – 18º – 1m33.636s – Pista Seca – Ar a 22°C – Asfalto a 25°C

TL2 – 12º – 1m32.330s – Pista Seca – Ar a 27°C – Asfalto a 43°C

TL3 – 7º – 1m32.955s – Pista Seca – Ar a 23°C – Asfalto a 25°C

Q2 – 10º – 1m32.775s – Pista Seca – Ar a 24°C – Asfalto a 28°C

Corrida – 11º – perdeu 1 posição – Pista Seca – Ar a 27°C – Asfalto a 42°C

Grande Prémio de Aragão – crónica da corrida aqui

TL1 – 7º – 1m49.005s – Pista Seca – Ar a 21°C – Asfalto a 26°C

TL2 – 15º – 1m48.042s – Pista Seca – Ar a 25°C – Asfalto a 41°C

TL3 – 7º – 1m47.224s – Pista Seca – Ar a 18°C – Asfalto a 22°C

Q2 – 11º – 1m47.183s – Pista Seca – Ar a 23°C – Asfalto a 40°C

Corrida – 11º – não ganhou nem perdeu posições – Pista Seca – Ar a 23°C – Asfalto a 40°C

Grande Prémio do Japão – crónica da corrida aqui

TL1 – 9º – 1m44.743s – Pista Seca – Ar a 26°C – Asfalto a 28°C

TL2 – 4º – 1m55.428s – Pista Molhada – Ar a 23°C – Asfalto a 23°C

Q2 – 8º – 1m55.895s – Pista Molhada – Ar a 22°C – Asfalto a 22°C

Corrida – 5º – ganhou 3 posições – Pista Seca – Ar a 22°C – Asfalto a 38°C

Miguel OliveiraGrande Prémio da Tailândia – crónica da corrida aqui

TL1 – 7º – 1m30.756s – Pista Seca – Ar a 28°C – Asfalto a 29°C

TL2 – 5º – 1m30.608s – Pista Seca – Ar a 28°C – Asfalto a 34°C

TL3 – 11º – 1m30.818s – Pista Seca – Ar a 27°C – Asfalto a 38°C

Q2 – 11º – 1m30.485s – Pista Seca – Ar a 30°C – Asfalto a 43°C

Corrida – 1º – ganhou 10 posições – Pista Molhada – Ar a 27°C – Asfalto a 29°C

Grande Prémio da Austrália – crónica da corrida aqui

TL1 – 18º – 1m31.950s – Pista Seca – Ar a 15°C – Asfalto a 17°C

TL2 – 11º – 1m29.923s – Pista Seca – Ar a 16°C – Asfalto a 23°C

TL3 – 16º – 1m29.133s – Pista Seca – Ar a 14°C – Asfalto a 21°C

Q1 – 11º – 1m28.859s – Pista Seca – Ar a 16°C – Asfalto a 32°C

Corrida – 12º – ganhou 9 posições – Pista Seca – Ar a 14°C – Asfalto a 35°C

Grande Prémio da Malásia – crónica da corrida aqui

TL1 – 17º – 2m01.247s – Pista Seca – Ar a 29°C – Asfalto a 42°C

TL2 – 11º – 2m09.898s – Pista Molhada – Ar a 29°C – Asfalto a 34°C

TL3 – 15º – 1m59.405s – Pista Seca – Ar a 28°C – Asfalto a 40°C

Q1 – 9º – 1m59.699s – Pista Seca – Ar a 34°C – Asfalto a 46°C

Corrida – 13º – ganhou 6 posições – Pista Seca – Ar a 31°C – Asfalto a 38°C

Grande Prémio da Comunidade Valenciana – crónica da corrida aqui

TL1 – 8º – 1m31.775s – Pista Seca – Ar a 19°C – Asfalto a 36°C

TL2 – 6º – 1m30.422s – Pista Seca – Ar a 24°C – Asfalto a 36°C

TL3 – 12º – 1m30.446s – Pista Seca – Ar a 16°C – Asfalto a 36°C

Q1 – 4º – 1m30.236s – Pista Seca – Ar a 24°C – Asfalto a 31°C

Corrida – 5º – ganhou 9 posições – Pista Seca – Ar a 27°C – Asfalto a 32°C

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