A nova temporada da categoria rainha promete ser mais excitante do que nunca! Todos os seis fabricantes apresentam muitas novidades técnicas para enfrentar uma temporada longa com 21 Grandes Prémios e com passagem por Portugal. Para que não perca nada do MotoGP 2022 preparámos um guia completo que o ajudará ao longo do ano a seguir com maior detalhe cada corrida de MotoGP.
Neste guia completo de MotoGP 2022 disponibilizamos o calendário e detalhes dos 21 circuitos que fazem parte da lista de Grandes Prémios confirmados pela Dorna e Federação Internacional de Motociclismo. Temos ainda a lista de pilotos e respetivas equipas, já com as novas decorações para que o caro leitor consiga identificar mais facilmente o seu piloto favorito.
Mas também lhe disponibilizamos informação sobre o lado mais técnico do Mundial de Velocidade. Desde novidades ao nível dos pneus Michelin, passando pelos sistemas de travagem Brembo ou segurança dos pilotos, a categoria rainha conta com inúmeras novidades que merecem a sua atenção.
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Calendário de MotoGP 2022
Em 2022 será o ano em que o Mundial de Velocidade ultrapassa pela primeira vez as duas dezenas de corridas. Mais propriamente, em MotoGP 2022 teremos um total de 21 Grandes Prémios, dois deles em circuitos totalmente novos: KymiRing na Finlândia e Mandalika na Indonésia. Veja aqui os detalhes de cada GP.
1 – Grande Prémio do Qatar – 4 a 6 de março
Local: Circuito de Losail, com 5,4 km de extensão
Reta mais longa: 1068 metros
Recorde absoluto: Francesco Bagnaia / 1m52.772s / 2021
2 – Grande Prémio da Indonésia – 18 a 20 de março
Local: Circuito de Mandalika, com 4,3 km de extensão
Reta mais longa: 507 metros
Recorde absoluto: não disponível ainda
3 – Grande Prémio da Argentina – 1 a 3 de abril
Local: Termas de Rio Hondo, com 4,8 km de extensão
Reta mais longa: 1076 metros
Recorde absoluto: Marc Márquez / 1m37.683s / 2014
4 – Grande Prémio das Américas – 8 a 10 de abril
Local: Circuito das Américas, com 5,5 km de extensão
Reta mais longa: 1200 metros
Recorde absoluto: Marc Márquez / 2m02.135s / 2015
5 – Grande Prémio de Portugal – 22 a 24 de abril
Local: Autódromo Internacional do Algarve, com 4,6 km de extensão
Reta mais longa: 970 metros
Recorde absoluto: Fabio Quartararo / 1m38.862s / 2021
6 – Grande Prémio de Espanha – 29 abril a 1 de maio
Local: Circuito de Jerez Ángel Nieto, com 4,4 km de extensão
Reta mais longa: 607 metros
Recorde absoluto: Maverick Viñales / 1m36.584s / 2020
7 – Grande Prémio de França – 13 a 15 de maio
Local: Circuito de Le Mans Bugatti, com 4,2 km de extensão
Reta mais longa: 674 metros
Recorde absoluto: Johann Zarco / 1m31.185s / 2018
8 – Grande Prémio de Itália – 27 a 29 de maio
Local: Circuito de Mugello, com 5,2 km de extensão
Reta mais longa: 1141 metros
Recorde absoluto: Fabio Quartararo / 1m45.187s / 2021
9 – Grande Prémio da Catalunha – 3 a 5 de junho
Local: Circuito de Barcelona-Catalunha, com 4,7 km de extensão
Reta mais longa: 1047 metros
Recorde absoluto: Fabio Quartararo / 1m38.853s / 2021
10 – Grande Prémio da Alemanha – 17 a 19 de junho
Local: Circuito de Sachsenring, com 3,7 km de extensão
Reta mais longa: 700 metros
Recorde absoluto: Marc Márquez / 1m20.195s / 2019
11 – Grande Prémio dos Países Baixos – 24 a 26 de junho
Local: Circuito de Assen TT, com 4,5 km de extensão
Reta mais longa: 487 metros
Recorde absoluto: Maverick Viñales / 1m31.814s / 2021
12 – Grande Prémio da Finlândia – 8 a 10 de julho
Local: Circuito KymiRing, com 4,5 km de extensão
Reta mais longa: 1100 metros
Recorde absoluto: não disponível ainda
13 – Grande Prémio da Grã-Bretanha – 5 a 7 de agosto
Local: Circuito de Silverstone, com 5,9 km de extensão
Reta mais longa: 770 metros
Recorde absoluto: Marc Márquez / 1m58.168s / 2019
14 – Grande Prémio da Áustria – 19 a 21 de agosto
Local: Red Bull Ring, com 4,3 km de extensão
Reta mais longa: 626 metros
Recorde absoluto: Jorge Martin / 1m22.643s / 2021
15 – Grande Prémio de São Marino – 2 a 4 de setembro
Local: Misano World Circuit Marco Simoncelli, com 4,2 km de extensão
Reta mais longa: 530 metros
Recorde absoluto: Francesco Bagnaia / 1m31.065s / 2021
16 – Grande Prémio de Aragão – 16 a 18 de setembro
Local: Circuito de Motorland Aragón, com 5,1 km de extensão
Reta mais longa: 968 metros
Recorde absoluto: Francesco Bagnaia / 1m46.322s / 2021
17 – Grande Prémio do Japão – 23 a 25 de setembro
Local: Circuito de Motegi, com 4,8 km de extensão
Reta mais longa: 762 metros
Recorde absoluto: Jorge Lorenzo / 1m43.790s / 2015
18 – Grande Prémio da Tailândia – 31 de setembro a 2 de outubro
Local: Circuito de Chang, com 4,5 km de extensão
Reta mais longa: 1000 metros
19 – Grande Prémio da Austrália – 14 a 16 de outubro
Local: Circuito de Phillip Island, com 4,4 km de extensão
Reta mais longa: 900 metros
Recorde absoluto: Jorge Lorenzo / 1m27.899s / 2013
20 – Grande Prémio da Malásia – 21 a 23 de outubro
Local: Circuito de Sepang, com 5,5 km de extensão
Reta mais longa: 920 metros
Recorde absoluto: Fabio Quartararo / 1m58.303s / 2019
21 – Grande Prémio da Comunidade Valenciana – 4 a 6 de novembro
Local: Circuito Ricardo Tormo, com 4 km de extensão
Reta mais longa: 876 metros
Recorde absoluto: Jorge Lorenzo / 1m29.401s / 2016
Pilotos e equipas de MotoGP 2022
Nesta temporada assistimos ao aumento do plantel da categoria rainha para um total de 24 motos em pista. Isto acontece devido à separação da Aprilia Racing da estrutura da Gresini Racing. Desta forma a casa de Noale passa a ter uma equipa 100% de fábrica. Já a Gresini Racing muda-se para motos da Ducati, fabricante que com 8 motos torna-se no mais representado em MotoGP 2022.
De destacar que este ano apenas a Aprilia Racing tem concessões. Ou seja, e de acordo com os regulamentos, a equipa de Aleix Espargaró e Maverick Viñales continua a usufruir de uma série de concessões (ou benefícios) que lhe dão maior liberdade para desenvolver a Aprilia RS-GP. A ideia por detrás da criação das “concessões” em MotoGP foi de permitir uma maior aproximação competitiva entre os seis fabricantes que competem na categoria rainha.
Quanto a pilotos, e com destaque para o português Miguel Oliveira que se mantém como o “ponta de lança” da Red Bull KTM Factory por mais um ano, esta temporada de 2022 marca a estreia de nada menos do que cinco pilotos ao mais alto nível: Fabio di Giannantonio, Raul Fernandez, Remy Gardner, Marco Bezzecchi e ainda Darryn Binder. Todos, à exceção de Binder que “salta” diretamente das Moto3 para MotoGP, sobem da categoria Moto2.
Aprilia Racing
Pilotos: Aleix Espargaró / Maverick Viñales
Moto: Aprilia RS-GP
Ducati Lenovo Team
Pilotos: Francesco Bagnaia / Jack Miller
Moto: Ducati Desmosedici GP21
Gresini Racing
Pilotos: Enea Bastianini / Fabio di Giannantonio
Moto: Ducati Desmosedici GP21
LCR Honda Castrol
Piloto: Alex Márquez
Moto: Honda RC213V
LCR Honda Idemitsu
Piloto: Takaaki Nakagami
Moto: Honda RC213V
Mooney VR46 Racing
Pilotos: Luca Marini / Marco Bezzecchi
Moto: Ducati Desmosedici GP
Monster Energy Yamaha
Pilotos: Fabio Quartararo / Franco Morbidelli
Moto: Yamaha YZR-M1
Pramac Ducati
Pilotos: Johann Zarco / Jorge Martin
Moto: Ducati Desmosedici GP22
Red Bull KTM Factory
Pilotos: Miguel Oliveira / Brad Binder
Moto: KTM RC16
Repsol Honda
Pilotos: Marc Márquez / Pol Espargaró
Moto: Honda RC213V
Suzuki Ecstar
Pilotos: Joan Mir / Alex Rins
Moto: Suzuki GSX-RR
Tech3 KTM Factory
Pilotos: Remy Gardner / Raul Fernandez
Moto: KTM RC16
WithU Yamaha RNF
Pilotos: Andrea Dovizioso / Darryn Binder
Moto: Yamaha YZR-M1
As novidades técnicas e de regulamentos em MotoGP 2022
Apesar do MotoGP ser um dos desportos mais excitantes do mundo e dos mais populares, a verdade é que existe sempre espaço para afinar os detalhes que podem não estar de acordo com o nível desta competição. Para 2022, a Comissão de Grandes Prémios anuncia diversas alterações e novidades técnicas e de regulamentos do Mundial de Velocidade.
A primeira novidade está relacionada com a qualificação, ou melhor, o tempo mínimo que um piloto tem de conseguir para se qualificar para participar na corrida. Anteriormente os pilotos necessitavam de registar um tempo igual ou inferior a 107% do tempo mais rápido. A partir de agora esse limiar baixa para os 105%. Isto será válido para as três categorias.
Nas categorias Moto3 e Moto2 a sessão de “warm up” no dia de corrida terá apenas 10 minutos de duração. No caso das MotoGP, a sessão “warm up” mantém os 20 minutos de duração.
A nível de regulamentos na categoria rainha, as equipas que participam em MotoGP podem passar a utilizar o motor inspecionado pela Federação Internacional de Motociclismo assim que esse procedimento termina.
Anteriormente tinham de aguardar 45 dias para poderem voltar a usar o motor. Caso a equipa decida colocar esse motor novamente em uso de forma imediata, e seja detetada uma infração técnica, as penalizações são aplicadas a todos os Grandes Prémios em que seja utilizado.
Também em MotoGP, a partir da temporada 2022 os fabricantes passam a ter de disponibilizar para homologação um modelo CAD 3D completo ou a peça final a usar. Até agora apenas era necessário apresentar uma série de esquemas técnicos para completar esta homologação do pacote aerodinâmico de cada fabricante.
Ao longo da temporada, os fabricantes podem apresentar uma única evolução do pacote aerodinâmico.
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Juiz de Factos
A Comissão de Grandes Prémios decidiu introduzir uma nova figura no painel de pessoas que são responsáveis por garantir que os regulamentos e as ações em pista são legais. A partir de 2022, todas as sessões de um Grande Prémio serão analisadas por um denominado “Juiz de Factos”.
Este juiz terá como missão avaliar tudo o que acontece em pista: falsas partidas, pilotos a atrapalhar outros pilotos ou a praticarem ações comprometedoras em pista, limites de pista que são ultrapassados e levam à anulação de uma volta rápida ou penalização em posições no final de uma corrida. Estes são alguns dos exemplos do que será analisado pelo novo Juiz de Factos de MotoGP.
Uma nota importante a ter em conta neste particular, é que as decisões que são tomadas por este Juiz de Factos não são passíveis de reclamação por parte de equipas ou pilotos. Quando tomar uma decisão, essa decisão será definitiva.
Mais opções de travagem em MotoGP 2022
Continuando na categoria rainha, a Brembo anuncia novidades em termos de sistemas de travagem disponíveis em 2022.
Este ano entram em cena discos de carbono de 355 mm de diâmetro. Os pilotos poderão continuar a utilizar os discos de carbono de 320 e 340 mm. Porém, nos circuitos mais exigentes em termos de travagem, a Brembo apenas disponibilizará as versões de 340 e 355 mm, desde que a corrida seja declarada “seca”.
Por outro lado, a Brembo passa a disponibilizar dois pacotes de travagem para cada equipa por temporada. Na primeira opção a marca italiana entrega 3 pinças dianteiras (direita + esquerda), 3 bombas radiais, 10 discos de carbono e 28 pastilhas de travão. Em estreia este ano temos a segunda opção. Neste caso a Brembo entrega à equipa 2 pinças dianteiras (direita + esquerda), 3 bombas radiais, 10 discos de carbono e 32 pastilhas de travão.
O valor máximo que pode ser cobrado pela Brembo por cada pacote destes é de 80.000 euros. Até agora esse valor era de 70.000 euros.
E já que estamos a falar de travagem, referir ainda que na categoria Moto2 passam a ser autorizados guarda-lamas dianteiros com condutas de refrigeração específicas para as pinças de travão. Componentes até agora exclusivos da categoria MotoGP.
Menos pneus Michelin disponíveis em cada GP
Na questão sempre importante dos pneus que os pilotos têm à disposição em cada Grande Prémio, a Dorna e a Michelin têm novidades.
A partir de 2022, cada piloto terá menos dois pneus traseiros para utilizar. A partir de 2023 será removido mais um pneu, mas neste caso poderá ser dianteiro ou traseiro. O objetivo desta redução na quantidade de pneus disponíveis é permitir que a Michelin não seja obrigada a transportar pneus para cada circuito que depois não são utilizados.
Mantendo o tema ecológico e seguindo já a estratégia usada nos pneus da Taça do Mundo FIM MotoE, também os compostos dos pneus usados em MotoGP pela Michelin apresentam agora uma maior percentagem de materiais reciclados de forma a reduzir a pegada ecológica. A ideia será incluir gradualmente mais materiais reciclados na produção dos pneus Michelin.
De acordo com Piero Taramasso, responsável da Michelin para o MotoGP, a redução do número de pneus por cada GP não será problema, pois habitualmente os pilotos não usam todos os pneus que a marca francesa transporta. Por outro lado, Taramasso garante que a introdução de materiais reciclados nos compostos dos pneus não significará a redução da performance. A Michelin acredita mesmo que será possível melhorar a performance.
Segurança dos pilotos
Para este ano a Comissão de Grandes Prémios revela mais novidades, neste caso relacionadas com a segurança dos pilotos que competem nas várias categorias do Mundial de Velocidade, e que se seguem à redução para um máximo de 30 motos em pista na categoria Moto3.
A idade mínima para que um piloto possa participar nas categorias Moto3 e Moto2 será de 16 anos. Em MotoGP apenas podem competir pilotos maiores de idade. Existem, no entanto, exceções. O vencedor do Mundial Moto3 Junior ou da Red Bull Rookies Cup poderá competir no Mundial Moto3 sem ter a idade mínima. Terá de ter 15 anos em 2022, 16 anos em 2023, ou 17 anos em 2024.
Os regulamentos médicos do Mundial de Velocidade sofrem também uma importante evolução para garantir a segurança de todos os pilotos. De forma a evitar problemas que aconteceram recentemente, a Comissão de Grandes Prémios decidiu obrigar os pilotos que sofrem uma lesão a terem de ser submetidos a novos e mais rigorosos testes físicos.
Estes novos testes serão especialmente dedicados a pilotos que sofram traumatismos cranianos, lesões abdominais e torácicas, lesões musco esqueléticas (fraturas que necessitem de cirurgia ou fraturas compostas).
Para além disso, quando um piloto sofrer uma queda e tenha de passar pelo Centro Médico do circuito, o seu capacete deverá ser entregue nesse local de forma a que os técnicos do Centro Médico possam avaliar possíveis impactos e lesões. No caso do piloto sofrer perda de conhecimento ou outra lesão na cabeça, o capacete será enviado para o laboratório da FIM na Universidade de Saragoça, onde será analisado por especialistas.
O fabricante do capacete poderá assistir aos testes em laboratório e aceitar ou recusar os resultados dos mesmos. Depois de testado, o capacete poderá ser devolvido ao piloto ou ao fabricante do capacete.
Agora que tem a informação de MotoGP 2022 neste guia completo, fique atento a www.motojornal.pt para ficar a par de todas as notícias relacionadas com o Mundial de Velocidade.